Não restam dúvidas de que a inteligência emocional é indispensável para a vida das pessoas. Ela possibilita maior sucesso nas relações, o que contribui para uma vida pessoal mais equilibrada e para o progresso na carreira.
Porém, o que é ser emocionalmente inteligente? A princípio, esse conceito pode ser bastante abstrato. Por isso, os estudiosos tornaram-no mais concreto por meio dos pilares da inteligência emocional.
Quer saber mais sobre esses pilares e, principalmente, como os pais e as escolas podem ajudar as crianças a desenvolvê-los? Então, continue a leitura!
Em primeiro lugar, o que é inteligência emocional?
A inteligência emocional envolve o conhecimento e manejo adequado das emoções, tanto de si mesmo quanto dos outros. Portanto, a pessoa com essa habilidade tem mais facilidade para lidar com as situações comuns da vida.
Todos enfrentamos obstáculos. Nossa inteligência emocional definirá quão rápido nós conseguimos sair desse estado de frustração e elaborar outra estratégia para atingirmos nossos objetivos. Esse é um dos aspectos relacionados ao relacionamento intrapessoal, ou seja, consigo mesmo.
Por outro lado, também precisamos de habilidades interpessoais, ou seja, como nos relacionamos com os outros. Identificar as emoções, o jeito de ser das pessoas e suas fontes de motivação nos ajuda a negociarmos aspectos da convivência com mais sucesso.
Como você pode ver, a inteligência emocional é extremamente importante para o sucesso na vida pessoal e também profissional.
Em um mundo em que o conhecimento está disponível com tanta facilidade, nossas habilidades socioemocionais estão entre os principais fatores para melhorar a nossa performance.
Quais são os pilares da inteligência emocional?
A inteligência emocional ou socioemocional se desenvolve a partir de alguns pilares, que por sua vez envolvem uma série de habilidades diferentes. Veja quais são eles:
1. Conhecimento das próprias emoções
Você certamente já viu uma criança chorando muito, brava ou agredindo alguém, certo? Essa é uma cena bastante comum. Em grande parte das vezes, especialmente quando a criança é pequena, isso tem um motivo — a falta de autoconsciência.
O que isso significa na prática? Que a criança sente-se mal por algo que está acontecendo, aconteceu, ou não vai acontecer. Ela não tem como evitar a emoção negativa que isso provoca e não sabe como nomeá-la ou como expressá-la da maneira correta.
Então, a consciência das próprias emoções é o fundamento, o primeiro entre os pilares da inteligência emocional. A criança precisa aprender: o que é isso? É tristeza? É frustração (não consegui fazer algo que queria)? É dor? É rejeição? É ansiedade por não saber o que vai acontecer? Medo?
No começo, a criança realmente não consegue identificar essas diferenças sutis. Porém, é nessa hora que os adultos devem ajudá-la. Peça que ela conte os fatos e ensine-a a nomear esses sentimentos.
Por exemplo: “Entendo, a Beatriz e a Cristina não quiseram brincar com você, e por isso você está se sentindo rejeitada. É muito triste se sentir assim, mesmo”.
É lógico que não são apenas as emoções negativas que precisam ser reconhecidas. Também temos emoções boas. Elas podem nos trazer sensações incríveis, mas também podem ser perigosas.
Afinal, quem nunca fez uma promessa no momento de euforia e, depois, percebeu que não conseguiria cumprir? Então, é importante aprender a reconhecê-las, até mesmo para adiar decisões quando o momento não é o mais adequado.
Aos poucos, a autoconsciência se aprofunda e passa a envolver outros aspectos além das emoções. É fundamental conhecermos os nossos pontos fortes e as nossas vulnerabilidades, tanto para nosso desenvolvimento pessoal quanto para nos apoiarmos em uma equipe diversa.
2. Gestão das emoções
Se o primeiro passo é reconhecer as emoções, o segundo é aprender a controlá-las. Isso não é fácil, mas pais e professores podem ajudar muito a criança neste sentido.
Não se engane! Nas primeiras vezes, é possível que você só consiga falar com a criança depois que ela canalizou sua emoção de uma maneira negativa, como em uma atitude agressiva.
Porém, é neste momento que o pai ou educador precisa sentar com a criança, ajudá-la a se acalmar, e explorar as soluções. “Veja, o Gustavo pegou o seu estojo sem pedir. Eu sei que você se sentiu injustiçado e ficou bravo. Mas vamos ver o que você poderia fazer para resolver o problema sem bater no Gustavo?”
A partir daí, o educador pode falar de diversas opções: pedir ao Gustavo que devolva o estojo, sugerir o compartilhamento de itens — eu empresto meu estojo e você me empresta sua canetinha verde neon — pedir ajuda ao professor, entre tantas outras soluções mais pacíficas.
3. Automotivação
Tão difícil quanto lidar com a emoção no relacionamento com os outros é gerenciarmos as situações que mexem com as nossas expectativas. É bastante frequente fazermos planos e não conseguirmos realizá-los exatamente da forma esperada.
A diferença entre as pessoas que alcançam seus objetivos e as que não alcançam é a desistência. Alguns param na primeira frustração. Outros insistem um pouco mais, mas também não levam a tarefa até o final.
Por isso, é fundamental desenvolver a automotivação, a capacidade de levantar-se após um tombo, limpar os joelhos e seguir em frente. Não se abalar pelas circunstâncias a ponto de desistir.
Como pais e professores podem ajudar? Em primeiro lugar, ensinando as crianças a estabelecerem metas de forma racional e eficiente. Não adianta colocar um objetivo lá no alto. As chances de frustração são enormes.
Que tal desmembrar essas metas em pequenos passos, que são mais fáceis de atingir? Além de favorecer a organização, esta abordagem reduz as frustrações e faz a criança sentir-se mais próxima de seu objetivo.
4. Empatia
A inteligência emocional sempre envolve eu e o outro. Portanto, também é importante saber se colocar no lugar das outras pessoas e tentar entender as emoções que um determinado fato pode despertar.
Também precisamos entender o comportamento do outro e suas motivações. Nem todo mundo pensa como nós, parte dos mesmos princípios ou tem a mesma visão de mundo.
Portanto, é necessário ouvir e entendê-los para uma convivência saudável, motivá-los de maneira adequada ou até mesmo para atender às suas necessidades.
As situações familiares e da escola são excelentes para explorarmos a empatia e desenvolvê-la nas crianças. As histórias (em livros, desenhos) também podem ser usadas com essa finalidade.
5. Relacionamento interpessoal
Esta é a cereja do bolo entre os pilares da inteligência emocional. Afinal, ela norteia nossas ações e convívio em sociedade. Para isso, é importante que a criança aprenda a comunicar-se com clareza, escutar realmente o outro, trabalhar de forma cooperativa etc.
Esse é um dos motivos pelos quais o trabalho em grupo é tão importante para as crianças. Infelizmente, existem pais que procuram o professor e pedem para o filho entregar o trabalho sozinho.
Porém, essa alteração na proposta pode até ajudar o aluno a aprender o conteúdo, mas dificultará o desenvolvimento de uma habilidade essencial para o trabalho e para a vida.
Quem aprende essas habilidades tem muito mais facilidade para mediar conflitos e também para encontrar soluções para problemas complexos, que requerem a consideração de diversas perspectivas.
Agora você já sabe quais são os pilares da inteligência emocional e como os pais e a escola podem ajudar a criança a desenvolvê-los. Quer saber mais? Deixe sua pergunta nos comentários e nós voltaremos aqui para responder!